terça-feira, março 31, 2009
quinta-feira, julho 03, 2008
terça-feira, abril 08, 2008
2 Comments:
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A chuvada do dia que chegamos a Vila O'Higgins fez com que a nossa câmara de filmar não tivesse som durante dois dias :)
Assim que tivermos compiladas as quase 7 horas de filme, avisamos!! ;)
AbraçoBy Tiaguss, at 12:17 da tarde
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Parabéns...
ta uma maravilha aqui
Só posso sentir aquela inveja
Grande abraçoBy Ubiratan Oliveira, at 10:28 da tarde
1 Comments:
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Grande Pedro!
Sem duvida que foi dos sítios mais bonitos onde já pedalei ....
Um abraco
Tiago LagesBy Tiaguss, at 12:12 da tarde
sexta-feira, abril 04, 2008
1 Comments:
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Grande PP!
Com essas fotos e descricoes ate dà vontade de pedalar mais depressa para chegar a essas maravilhosas paizagens patagonicas.
continuacao de boas caminhadas...By ontheroad, at 8:18 da tarde
2 Comments:
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Como é que podem chamar a essa zona do globo "o fim do mundo"!!!! é lindo só de ver as fotos. nem imagino como será estar lá.
Pedro, não é a nossa amiga parisiense que conhecemos no TMB que aparece em algumas fotos??
NiniBy jccradventures, at 1:13 da tarde
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Sim, Nini, é a DD que fez connosco o TMB no ano em que tb foste! E a Cris e o Edu que também aparecem também fizeram o TMB no ultimo agosto. É a preparação ideal :-)...
By pompino, at 4:12 da tarde
terça-feira, abril 01, 2008
As aguas do Beagle
Fizemos o circuito dos Dientes de Navarino este ano. O Pato cozinhou na fogueira todas as noites, o Jose ajudou a carregar, o Carlos tambem ajudou na orientacao. O Jorge Castor "Dundee" nao pode ir com connosco porque tinha trabalho em Puerto Williams. Navegamos a vista entre waypoints (parece geocaching) e hitos de pedra (mariolas). Os caminhos ou trilhos sao poucos e pouco visiveis. Os obstaculos sao muitos e diferentes todas as epocas. Menos gente esteve este ano ca. Apenas cerca de 200 fizeram o circuito toda a temporada. Nas Torres de Paine estiveram mais de 100 mil pessoas...
Estivemos la a semana passada. O Italo lembrava-se dos tugas que ha 3 anos tinham andado 14 horas de seguida. Perguntou pelos nomes de todos vos. E pediu a desforra do Portugal-Chile de ha uns anos, no relvado de dickson. Este ano andamos 13h entre dickson e grey. Ele estava em Los Perros com muitas saudades do velhos tempos. Mudou a concessao dos refugios (ele foi o unico que ficou) mas ainda nao se veem grande mudancas. O trilho tem muitos degraus novos feitos pela CONAF ou por voluntarios e as escadas que antes eram de madeira ja sao de metal. Continua a ser um trilho dificil mas o Passe John Garner mantem o seu encanto e com poucos la vao.
Fotos logo meto, porque agora eh tempo de ir ao... Chupe de Santolla da Pati!
bjs,
PP
quinta-feira, março 20, 2008
Os dias
1 Comments:
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Tudo 5 estrelas!
Agora de volta ao trabalho, venho aqui ver se ha fotos do trekking para matar saudades ...
Abraços
Tiago LagesBy Tiaguss, at 12:37 da manhã
terça-feira, março 18, 2008
Outros relatos
Nuno, tens que vir por este caminho austral e fazer aquela travessia. Mesmo os 7 km de single track fazem-se bem... sem lama... tenho notas para ti...
A Patagonia e a natureza que ela contem devolve-nos a vida.
Aproveitem a vossa. Que so temos uma, tal como pensamos que somos hoje.
segunda-feira, março 17, 2008
Carretera Austral vista da Terra do Fogo
Temos ficado em muitas casas de Chilenos e Argentinos que nos recebem de bracos abertos. O ricardo e a Carmen na Estancia de Candelario Macilla foram dois deles. Essa noite foi alterada na nossa travessia entre o final da Carretera Austral Chilena e El Chalten ja na argentina. O barco que alugamos para 3 horas de navegacao no fiorde ohiggins atrasou-se (o capitao do porto teve que fazer uma revista...) e ja nao deu tempo para chegar ao outro barco no lago desierto argentino (mal sabiamos que tinha ficado ah nossa espera ate as 10 da noite). Nao ha comunicacoes na zona. O ricardo eh a terceira geracao da estancia. Estava a matar um vaca e tirou um naco para o nosso jantar. A carmen preparou umas camas e fez pao para nos. No outro dia fizemos o percurso em 3h e meia. E a visao do fritz roy no topo da subida foi unica. El Chalten estava cheio de jovens ah procura de si mesmos. Mas vimos o Cerro Torre tambe, o que nao eh facil.
Andando um pouquinho mais para tras dizer-vos apenas que o percurso na carretera austral sul ate vila o'higgins eh so um dos sitios mais belos onde ja pedalei na vida. Em 3 dias contei 31 glaciares avistados ao longo do caminho. Rios azuis, verdes, brancos. Cada curva uma supresa. Cada casa onde ficamos uma simpatia unica chilena. Ainda muito pouco turistico. E ja agora divulguem por favor, para que este paraiso nao se perca pelas maos dos nossos 'amigos' da Endesa, PATAGONIA SIN REPRESAS.
segunda-feira, março 10, 2008
2 dias para chegar
-a Iberia meteu-me na lista de espera de overbooking em Madrid, mesmo fazendo check in 2 horas antes (eh legal vender 10% mais de bilhetes do que a capacidade do aviao e entra quem chega primeiro ao checkin...). Resultado: embarcou um casalinho em lua de mel para Iguazu, e eu e mais 4 bacanos fomos dormir numa hotel de Barajas, com 600 euros de indemenizacao no bolso.
-apanhei o proximo voo para buenos aires a meio do dia 7 que chegando com 1 hora de atraso, me fez perder nao so o voo interno para a patagonia como o voo que o tiago me tinha marcado de substituicao.
-"dormi" meia hora no aeroporto de buenos aires e apanhei um voo para santiago do chile.
-esse voo atrasou a saida em 2 horas devido a mau tempo em santiago.
-perdi a ligacao para Balmaceda, cidade chilena mais perto de onde o grupo se dirigiu com o Jaime entretanto.
-fiquei em lista de espera de overbooking para o proximo voo da LAN, mas como ja conhecia o sistema arranjei uma reserva no balcao de venda de bilhetes e entrei num voo para Concepcion.
-de concepcion arranjei um ligacao para Balmaceda.
-ainda em santiago negociei por telefone um taxi para me levar a mim e ah burra ate puerto guadal onde o grupo ia dormir.
-cheguei a Balmaceda e apanhei o taxi nissan pela carretera austral, numa viagem de 6 horas por vezes a 20 km/h
-cheguei as 23h de dia 8 as cabanas mirador de la playa onde o grupo jantava....
-gastei o dinheiro todo que a iberia me deu para ca chegar.
-arrancamos hoje para 78 km fantasticos, montanha russa, muitos ao lado de um rio de rapidos com agua azul de glaciar, de puerto guadal a cochrane na profunda patagonia.8 horas de puro gozo.
-o tempo esta fantastico e ja la 3 glaciares pelo caminho (15-20 graus)
-estamos em cochrane e daqui para frente internet so de satelite.
-nao ha vento!
preciso de dormir...
sábado, março 08, 2008
so vos digo que eles ja andam a pedalar e eu ainda ando a trocar de avioes e a dormir em aeroportos. agora a caminho de santiago do chile. so conto a saga quando ela acabar...
quinta-feira, março 06, 2008
Rumo ao Sul
E aqui inicio mais uma viagem, rumo ao sul, polo sul, percorrendo 1000 km de BTT na Patagonia, passando bem perto do Campo de Gelo Sul, a segunda maior massa de gelo do mundo, pela carretera austral e terra do fogo, avistando o Fritz Roy e as Torres del Paine. Lá para o fim do mês será tempo de calcorrear quase 200 km para avistar o arquipelago de Cabo de Hornos.
Umas imagens vista de cima...
domingo, setembro 02, 2007
Vento na cara e pés nos pedais!!
O Nuno continua a sua invejável cruzada por dias cheios de novidade, beleza e enriquecimento (literal).
Nesta viagem, numa companhia de luxo, e em jeito de remate final aqui ficam alguns momentos "...and the winner is..." da viagem:
Melhor Momento Gourmet - Bacalhau cozido (trazido pelo Pedro) depois de demolhado numa garrafa de água na bicicleta.
Pior Momento Gourmet - Jantar de Massa com Batata (???!!!), disfarçado com um pão de alho (homemade). Curiosamente a única refeição que partilhamos com alguém do exterior (um americano), sem pão de alho, depois de já ter sido "ensacado" à mão.
Refeição Mais Popular - o pequeno almoço ideal do ciclista: Gallopinto (relembro: arroz com feijão, banana frita, queijo, ovos)
Melhor Cerveja - Difícil...mas acho que a Vitória (Nicarágua, prima da Toña que acabei por não provar....)
Melhor Bebida refrescante - Nectar de fruta em lata (disponível em toda a américa central). Acho que a cola da Nicarágua entra na parte das medicinas alternativas, por isso não conta.
Melhor "Hospedage" - El Tuli, na casa da família, com os animais. Se pensarmos que aqui se oferece igual, ou melhor, do que o que se tem em casa.
Melhor serão - Todos, especialmente os divididos com outros viajantes. Com ou sem pipocas, arroz doce ou pudim.
Local Zen - Laguna Hule, Costa Rica
Momentos inglórios - Luta incessante e diária contra os mosquitos
Momentos de glória - cacholada no rio e sesta, sempre que possível
Prémio Cromo Mais Difícil - Mais difícil que escolher a cerveja....será o cubano que vivia em Sierpe (há 30 anos) em busca do tesouro do pirata Drake?
Frases Chave - "Pura Vida" e "Com Gusto" (esta pode ser versão "mucho", ou não)
Prémio Descoberta- Hojaldras, Panamá. Deliciosa iguaria (estilo pão frito) que se come ao pequeno-almoço, ao almoço, em snack ou ao jantar, com ou sem "salsa". Seguido da yuca frita, claro...
Prémio Revelação - A Toña, claro!!! Fez: 460 km, venceu 5443 m de desnível acumulado de subida, em 9 dias non-stop. Uma máquina!!
Prémio Confiança a Toda a Prova - Zip-tie. Já gastava mas nunca imaginei a resistência ou a versatilidade do produto. "Zip-tie or Die!!"
Cidade mais interessante - Granada, Nicarágua. Não vi muitas mais que não fossem estilo Vendas Novas
Momentos BBC, Vida Selvagem - Cruzamo-nos com tartarugas, borboletas, colibris, papagaios, araras, jecos, racuns, baratas, vacas, porcos, mas os howley monkeys levam a melhor a todos os níveis. Imaginem um macaquito versão XS a fazer o barulho de um orangotango XXL.
Melhor Guarda-Roupa - o típico masculino universal centro-americano, claro: galocha (sim, botas de água), calça ou calção de ganga, camisa, boné ou chapéu (variava entre o de baseball ou de palha) e o machete (estilo catana, em baínha de cabedal).
Pior dia nos pedais - 17 km (ou menos) desde Boca Chica para Horconcitos, Panamá. Pouco desnível, estrada de saibro boa mas.... praticamente em JEJUM
Melhor dia nos pedais - Estrada de Puerto Morrito para San Carlos (Nicarágua nua e crua)
A repetir - A companhia
A não repetir - estranho...não que ocorre nada.....
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EPÍLOGO
Passaram 30 dias (mais coisa menos coisa) desde que deixei o nosso rectângulo à beira mar plantado para voar para a Costa Rica.
O saldo dos dias: 1 dia de descanso, 2 dias à espera da Burra, 2 dias em trânsito de autocarro, 2 de avião e 22 dias passados na "sela" (da Toña, e depois da Burra).
Por baixo de nós rolaram 1200 kms, subiram-se 15 000 m de desnível acumulado de subida, transpuseram-se 3 fronteiras mas são incontáveis os bons momentos.
Foi com algum "esforço" que fiz as crónicas desta viagem. Desta vez, não sei porquê, foi-me mais complicado materializar no teclado um relato, mais ou menos objectivo e legível, o que ia vendo, vivendo, ou sentindo, nos "blocos" de dias que medearam uma visita à net, e outra. Ficam por contar tantos outros momentos que (concerteza) saberei escolher para contar noutra ocasião. Ficam por contar não porque não me lembrasse deles, ou que não existissem, ou que não os quisesse partilhar, mas apenas porque viajar em bici é mesmo assim....
Cada espaço de tempo entre uma pedalada e outra, se converte num momento de introspecção, cada "trepada" interminável se torna no alcançar de uma vitória ou objectivo, cada troca de palavras com um qualquer passante se transforma numa experiência e ensinamento de vida....e podia continuar, mas é difícil explicar a vontade, a satisfação, o gozo e a sensação de liberdade que é viajar nos pedais.
Porque a passagem de um ciclista despoleta um impulso interrogante mas resumido ("De onde vêm?") e que mesmo que digamos o nome de uma povoação que está a 5 ou 10 kms, ou outra a 100, recebemos a mesma resposta: uma qualquer expressão (que varia) mas que eu, no meu cérebro, traduzo sempre num, muito português, "Xxxxxxxiiiiiiiiii.....". A partir deste momento, abre-se o flanco para o nosso "ataque", lançamos um "O que é?" ou um "Para que serve?" e aponta-se um fruto, um objecto, ou estende-se um "Como te chamas?", qualquer coisa...numa troca. Uma curiosidade saciada de forma recíproca, eles pela incredulidade, nós pelo confronto com a nossa própria realidade ou pelo que temos de experiências vividas noutras andanças.
E é assim o ritmo da bicicleta. Tudo o resto depende do próprio ciclista: os horários, a bagagem, as rotinas, ou a quebra delas, a velocidade, a escolha o itinerário....
Como em tudo na vida que entendemos como saboroso (uma amizade, uma frase, um livro, um fruto, uma imagem, um carinho .....) queremos repetir. E o sonho é já com a próxima viagem! Haja mundo para percorrer!
Vento na cara e pés no pedais, é o que desejo!!
Teresa Bento
1 Comments:
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Parabéns pela aventura!! Tenho acompanhado os relatos do Nuno e acreditem que tenho uma inveja de morte. Devem ser tantas as histórias que um só livro não chega. As fotos também estão excelentes. Adorei o bacalhau na garrafa.
By JORGE, at 10:14 da tarde
segunda-feira, agosto 27, 2007
Zip tie - o melhor amigo do ciclista
quinta-feira, agosto 16, 2007
Dias felizes no pais da luxuria verde
Seguimos depois ate aqui (a Heredia) numa descida "violenta" de 20 e tal kms (muito duro, e certo....)....Hoje andamos numa de turista "acidental" mas nao conseguimos nem por mais uma tirar fotos. Estamos a fazer dar umas voltinhas e a tomar coragem para nos atirarmos de cabeca para o terror do transito ate San Jose.
Em San Jose esperam-nos o Luis, o Pedro que chega de noite e ainda..................................................a MINHA BURRA!!!!!!!!!!Nao se sabe bem como, mas parece que de se volatilizar, voltou ao estado liquido, caiu da estratosfera e enrigeceu, ganhando consistencia e retomando a forma (espero que o mais proximo do original possivel, vamos ver).
A Toña, apesar de eu ja ter arranjado um comprador, tera (eventualmente) um fim mais nobre, vamos ver...
Por agora, desde a Costa Rica, e ate ao proximo contacto via megafone da aldeia global, e tudo. Dias felizes no pais da luxuria verde
"Roger and out"
Teresa
PS -Parabens ao Andre Loureiro (afilhadinho da madrinha desnaturada) que faz hoje anos!!!!
Violently Happy
No calor da America Central, os dias sao tudo menos monotonos. Depois da viagem de autocarro de San Jose para Granada na Nicaragua (onde se recomenda o servico da Tica Bus, apesar de ter viajado desde as 6 da manha numa autentica arca frigorifica), com direito a uma passagem muito civilizada pela fronteira, encontrei o Nuno na Hospedage na rua do comercio em Granada, a meio da tarde.
Demos um giro pela cidade e procuramos saber das possibilidades que tinha para comprar uma "maquina" para mim. As possibilidades que tina eram de entre as opcoes das marcas nacionais. Dificil a escolha entre as Raly USA, as Linx ou as Toby Trek. A qualidade pouco difere e os precos muito menos. Assim, investi 97 dolares na Tona (nao consigo encontrar o til...mas le-se Tonha).
A Tona basicamente e um jumento com alguma classe porque lhe trocamos a cassete e as mudancas para umas shimano, colocamos uma extensores de guiador e um suporte para os alforges . O rapaz da loja avisou que era melhor ter cuidado senao roubavam-na porque eram pecas muito caras....nos sabemos....e viriamos a saber melhor da qualidade mais tarde.
Apesar de ser nova a Tonha e um pouco obesa (pesa toneladas), tem um quadro 26 que nao sei converter em nada conhecido e de cor azul e cinza. De aspecto tenho a dizer que "brilha" mais do que a do Nuno. Uma bomba, portanto.
Granada e uma cidade onde (ate que enfim) senti o cheiro da gente, da terra e a agitacao do dia a dia. Uma bencao! Granada esta arranjadinha e organizada. Tem a praca central "a espanhola" e respira um ar de ordem e seguranca.
Depois da voltinha de experiencia e estreia da burra nova, planeamos o o dia seguinte (a luz das velas porque nao havia luz em Granada). Iamos seguir para Rivas e apanhar o barco para a Ilha de Ometepe, no Lago Nicaragua.
Assim foi: amanhecemos e seguimos pela carretera fora. Para fugir a confusao da estrada principal e resolvemos investir numa estrada de terra que seguia ao pe do Lago Nicaragua. O lago e o 10 maior lago de agua doce do mundo, e o unico onde existem tubaroes que vivem neste tipo de ambiente. Tomamos a melhor decisao do dia quando, depois de refrescarmo-nos com uma Coca Cola (sim, agua de lavar pes dos americanos), num alpendre a beira do lago, seguimos pela praia junto ao lago.
Delicioso viajar com o vento fresquinho vindo do lado da agua, na beira mar. Passamos lavadouros, carros de bois, criancos a brincar por ali. Inclusive passamos por uma familia em que sentado na beirinha da agua, o pai ostentava um crocodilo bebe nas maos. Afiancou-nos no meio de umas gargalhadas fortes que "crocodilo? Nao, e um lagarto".
A praia foi a nossa estrada ate a San Jorge, um pequeno porto, onde pontualmente entramos para o barco ja se fechavam os portoes de acesso. Matematico!
A viagem ate e ilha foi rapida e assentamos arraiais num sitiozinho na rua principal. Cama, casa de banho, e um alpendre onde deixamos as burras e fizemos o jantar. O serao foi partilhado com um italiano. O Nuno ainda fez pipocas e cafe! Prazeres simples que se multiplicam nestas alturas.
A Tona quando chegamos ainda teve de ir a oficina porque como sofre de uma amnesia estranha e esquece-se de mudar de mudanca quando eu lhe peco e terminei o dia so com uma mudanca atras. Para alem disso, tinha dado um queda (sozinha, deve ter sido uma fraqueza que lhe deu...) e partido um "corno". Ficou como nova e percebemos que os parafusos da Tona nao apertam os cabos. 97 dolares, esta explicado!
O dia seguinte seria para dar uma volta pela ilha e tentar apanhar o barco para terra no lado oeste do Lago, passando a sul do Vulcao Concepcion.
Demos um giro e ainda jiboiamos numas redes na praia de Santo Domingo, antes de seguir para a parte menos turistica, ate Balgue. No regresso pela praia (somos profissionais), tive um furo. Na altura da troca da camara de ar, comecou uma das chuvadas tipicas deste lado do globo. Correu bem porque apesar da chuva e de eu ter ficado sem travoes (a frente e atras) conseguimos apanhar o barco para Puerto Morrito.
Puerto Morrito e um povo pequenino mas a hora que chegamos, bastante animado: disconight! Ficamos num quartinho com vista para o lago. Na manha, a Toña foi assistida por um "profissional" porque nos com as nossas chaves nao conseguiamos apertar as porcas dos travoes. De origem!
As opinioes acerca da carretera para San Miguelito que queriamos fazer, divergiam entre os locais: "mala" ou "muy mala". Que a bicicleta por vezes nao passava. Achamos exagero, claro. Seguimos viagem.
A saida de Puerto Morrito correu bem. 3 valentes empenos que eu fiz a arrastar a burra a pe, numa sequencia de sobe e desce que se tornou aflitiva depois de eu perder os travoes mais uma vez. Os 2, claro. Comigo ou e, ou nao e. Nao sei como, deu-se um jeito. Continuamos. As tantas, numa paragem olhei para o travao de tras e achei que qualquer coisa nao batia bem... tinha perdido o calco. O Nuno (umas maos de fada) conseguiu arranjar milagrosamente o travao da frente e passei a travar atras com o braco do travao. Este, como e obvio, foi fabricado com a tecnologia inovadora que fervilha por este pais em termos de componentes para bicicleta, e e feito nem mais nem menos de plastico. Tem aguentado.
A estrada que entretanto se tornou mais plana, foi-se revelando: paisagem "grande" e verde, passando as fincas. As casas de madeira, os porcos como caes, por ali, animais domesticos, os homens a cavalo e as mulheres com a roupa, com os filhos. Uma pobreza grande como a paisagem. Sons dos passaros e o cheiro da vida no campo. Neste campo.
A estrada plana terminou numa paragem a sombra, numas dentadas numa melancia fresca e uma cola Nica "Cola Shaver". Esta cola tem algo de medicinal. No sabor pelo menos tem...
Fizemo-nos a estrada mais uma vez e percebemos que afinal a estrada "mala" e "muy mala" realmente existia. Fizemos quilometros e quilometros debaixo de um sol abrasador que fintamos alternadamente com os buracos da estrada. Paramos para reparar o suporte do Nuno que cedeu e para retemperar forcas com uma "bucha" ou com um sumo (ja sou fa do Jumex de maca). Demoramos bastante tempo para fazer algums quilometros mas o estado da estrada era mesmo mau. Cruzamos enumeras vezes com os School Bus americanos que existem aos milhares pelo pais a fora para fazer os mais variados trajectos.
Todos amassados pela tremideira da estrada chegamos ate El Tule. Dormimos numa hospedaje no centro (centro e como em Vendas Novas, sendo que a localidade e se desenvolve ao lado da estrada). Muito peculiar. Sim, acho que peculiar e um bom adjectivo.
Na parte de tras da casa, foram construidas as habitaciones. No quintal. Um luxo. Uma cama com rede mosquiteira, espaco para a burra, papagaio, 2 piriquitos, 2 galinhas (que foram hoje para a panela, pela manha) e um desgracado de um cao (como sao todos os caes neste pais de fome) escanzelado ate a quinta costela.
A casa de banho do mais luxuoso que ja encontrei: como se fosse um banco de madeira corrido com 2 buracos. O ambientador e que devia estar estragado.....
Todos os nossos movimentos foram analisados ao milimetro pela familia, na furia contida da curiosidade quiseram saber de tudo da bicicletas, do fogao ...Eu "atirei-me" para o spa. Umas madeiras que escondiam um bidon grande com agua. Momento zen do dia. Soube-me pela vida!
Jantamos e mais uma vez o desembaraco do Nuno ao fim dos seus 20 000 quilometros de viagem com o fogao e tudo mais , deixou-me espaco para suspirar de felicidade. Pelos dias, pela viagem.
A noite passou tranquila ate de madrugada, mesmo depois da cacada nocturna que se teve de fazer ao trio de baratas tamanho M que se passeava pela minha cama, e amanheceu tranquila tambem quando a turma da vovo Donalda acordou a ladrar, a palrar, a chilrear e a rezar o terco na radio, no quintal.
A caminho ainda paramos num comedor para o pequeno almoco (fraquinho: frango frito com arroz e feijao). Numa pressa chegamos depois de mais 35 quilometros de solavancos a San Carlos onde vamos panhar o barco para Los CHiles e entrar na Costa Rica.
Pelo caminho momentos kodak que mesmo em fotos nao vao ficar registados. Como se fossem postais ilustrados mas com som. No meio da pobreza extrema em que se vive. Em casas escuras, onde se descortinam as hamacas penduradas, de onde espreitam as mulheres e as criancas, soltam-se musicas das radios, canticos...
Os nosso "Holas" com que que lhes brindamos por vezes sao respondidos e por outras nao. Sera da curiosidade, ou sera da incredulidade, de verem passar 2 ciclistas por este roteiro completamente fora de todos os guias, como disse a senhora na hospedage, nao se veem turistas internacionais por aqui. Mas o povo e muito afavel e contrariamente ao que em todo o lado se diz da falta de seguranca, o facto e que nao se passa nada por aqui.
Tenho tentado arranjar uma frase, ou um adjectivo que para conseguir transmitir o que sinto nas pedaladas destes dias e so me ocorre um refrao de uma musica da Bjork: "Violently happy" .
Teresa
segunda-feira, agosto 06, 2007
Dias na América Latina - San José, CR
Hola!!
Cá estou eu a transmitir desde o Continente Americano!!
Cheguei no dia 3 de Agosto a San José, a capital de Costa Rica, como previsto, pelas 20h30. Eu sim, a minha burra, não.
Depois de tantas horas de viagem, comidas de avião e um transbordo em Newark, capital emigrante portuguesa, acabei o dia sozinha. A minha bicicleta tinha ficado em parte incerta. E assim continua.
Para os menos informados, a ideia era voar até Costa Rica (destino mais turístico que permitiu bilhetes mais em conta, apesar de tudo), seguir para a Nicarágua de bus para ir ter com o Nuno Pedrosa (que está nos pedais há já 1 ano www.ontheroad.eu.com) e que está a fazer a estrada Pan-Americana, desde o Alasca. Depois virmos "por aí a baixo", entramos na Costa Rica e encontrarmo-nos com o Pedro Pedrosa (primo do Nuno) que chegará a São José por volta do dia 17. A ideia depois seria virmos os 3 por aí abaixo, entrar no Panamá, de onde o Nuno seguirá para sul na sua viagem e eu e o Pedro, "back to reality".
Eu e os "Pedrosas on Wheels", portanto. Este era o plano.
Depois dos preparativos do costume nestas viagens: compra dos bilhetes, substituição de peças da burra, visitas ao médico para as vacinas e profilaxia da malária (as vacinas - febre amarela e febre tifóide - não são obrigatórias mas são recomendáveis, principalmente se se prevê andar em zonas rurais), visitas ao dentista (não queremos ter uma dor de dentes por lá), pesagem dos alforges (novinhos em folha - uns Ortlieb!!!), escolha da roupa e do material a levar, entre outros, voei então para cá (Costa Rica).
Na chegada à Costa Rica tinha um português à minha espera: o Luis Salgueiro que é de Leiria e que contactou o Nuno através do website dele e que (ao que parece) têm amigos em comum. Foi giro. Eu no aeroporto à procura de alguém que desconhecia por completo e ele à procura de uma rapariga com uma bicicleta nas mãos. Ups!!
Depois de cerca de uma meia hora a tentar adivinhar quem seria o Luis, resolvi meter conversa com uma rapariga que esperava uns estrangeiros para levar para o seu "Hostal de Madeleine". Pensei, que se não encontrasse o Luis teria de arranjar um sítio para dormir.
Meti conversa e, às tantas, já lhe estava a pedir que me emprestasse uns cobres para poder telefonar. Lindo! Não tinha trocado dinheiro dentro do aeroporto porque esperava encontrar rapidamente o Luis. Pois... A rapariga foi muito simpatica e deu-me uma moeda. Tinha de a trocar para poder utilizar na cabine telefónica (tinha o número do telemóvel do Luis). Aproximei-me do balcão de um cafézito e, quando recebo os trocos de uma Tica enorme (Ticos são os Costa Ricenses, gordos são todos), surge-me o Luis que, com alguma convicção, me saudou com um "Teresa?". Retribuí um "Luís?" e cumprimentamo-nos. Devolvi os trocos à rapariga do Hostal de Madeleine e viemos embora.
Fomos jantar e depois, para casa do Luis, em San José. Viemos pela Estrada Pan-Americana. O trânsito é típico deste lado do globo. Completamente aleatório. Sinalização vertical cumpre-se só se nos apetecer. Na Pan-Americana estão pintados corações amarelos por cada pessoa que morre em consequência de um atropelamento ou acidente rodoviário. São muitos, garanto. As razões tenho-as percebido bem todos os dias que tenho saído de carro.
Habituei-me facilmente ao horário de cá. São menos 7 horas que aí e depois de uma directa arribei com a maior das facilidades depois de 6 horas de sono.
O dia seguinte foi dedicado a acompanhar (pelo telefone) o eventual trajecto que estaria a fazer a minha bicicleta pelo ciberespaço. Apesar de não constar em lado algum nos sistemas informáticos.
Como era fim-de-semana, fui apresentada ao pequeno-almoço típico de cá: Gallopinto. Muito leve. Arroz com feijão. Assim, às 7 da matina.
Depois demos umas voltas por aqui, o Luis apresentou-me a cidade de carro porque, é um facto, nada tem de interessante.
Muito latino, demonstrando fortes influências americanas, e pobre. As casas são baixas, pouco coloridas. Os alpendres são gradeados. Manchas cinzentas que se sucedem na estrada, e nas ruas. Há homens a dormir na rua, a dormir nas bermas da estrada. Embriagados, ou não. Semidespidos, por causa do calor. A dar cor, tudo o que são cadeias americanas: de comida, de roupa, de bancos, de stands, ....
A cidade de San Jose tem o centro urbano, altamente desaconselhavel, pela alta probabilidade de assaltos, e as zonas limítrofes, mais seguras. Aqui, onde se situa a casa do Luis, vive-se em condomínios. Com alto nível de segurança. Na verdade, de onde me tenho "mexido" é a parte mais europeia que se pode encontrar na capital. Onde vivem a maior parte dos estrangeiros que trabalham na Costa Rica. O Luis é um dos 3 portugueses que se encontra registado a trabalhar cá.
Quase todos os trabalhos relacionados com a manutenção dos jardins, das estradas, e de todas as infra-estruturas nos condomínios, as empregas das casas, e tudo o que seja trabalho considerado menor (apesar de duro), são os Nicaraguenses que os fazem (chamam-lhes Nicas). Na realidade dos 4 ou 5 milhões de habitantes da CR, 2 milhões são Nicas. A maior parte ilegais. Fogem do seu país, considerado o segundo mais pobre da América, depois do Haiti.
No sábado, da Continental (companhia aérea que me trouxe para cá) poucas ou nenhumas novidades houve da minha burra. Aconselharam a ir telefonando para saber se chegaria no voo do meio dia, depois no das 20h30 e assim, sucessivamente.
Entretanto, com o Luis e a Xinia (uma Tica, amiga do Luis), passeámos até Cartago e Orosí. Entrei na Costa Rica das fotografias e dos panfletos. Verde, muito verde, uma força húmida da natureza. Passámos e almoçamos num Cafetal (plantação de café). Aqui, não se passa fome. A terra dá. Por todo o lado. Jardins, quintais, ruas, estradas, por todo o lado há árvores de fruto. Fome não se passa.
Mas não se vive bem. Sufoca-se de humidade e um pouco de stress. Pelo trânsito, pelo medo dos assaltos. Aqui se se precisa de dinheiro, não se vai trabalhar. Rouba-se. Sem contemplações. Partem-se os vidros dos carros, agridem-se as pessoas, rapta-se e, se for preciso, mata-se. Sabia, porque tinha lido, que era assim. Achei que a mostra que tinha tido em Lima, no Peru, me tinha dado a certeza do que iria encontrar. De facto. A diferença é que não sabia que mesmo os Ticos, vivem assim. Em stress, com medo. Mas vivem. E adoram o seu país. de coração. Não querem sair daqui. Pelo clima e pela terra. Os que saem são os que conheceram já outras realidades. A europeia, alguns a americana. Aqui tudo funciona devagar. Se funciona. Não há culpas a imputar a pessoas. Só aos sistemas, às "coisas", e não se diz que não. Mas também não se faz. Mas são boa gente. É cultural.
Entretanto, Domingo foi para ir ao aeroporto e passar o dia a tentar arranjar maneira de saber da ginga e soluções para a situação. A minha irmã tratou das diligências em Lisboa e eu por cá. é uma tragicomédia: em Lisboa diziam à Xana que só eu pessoalmente poderia pedir para iniciar o processo de busca. Óptimo! Eu só estou do outro lado do planeta azul. É fácil.
Resultado: a burra desapareceu na estratosfera. Costa Rica diz que está em Lisboa. Lisboa diz que está nos USA. USA garante que não tem nada. E eu também, garanto que não a tenho.
No entanto, apesar das agruras e desagruras, da bicicleta, (que já imaginava que poderia vir a ter), tenho algo que não esperava. Tenho tido dias de luxo. Um luxo, sem dúvida!! Vim preparada para dormir no chão. Praticamente só tenho lycras para vestir. Trago amostras de shampoo, de cremes e o diabo a quatro, tudo muito portátil. Vinha preparada para me esfalfar para ter um acesso à internet. Para telefonar. Para me deslocar. Mas não... Tenho tido os meus próprios motoristas, cozinheiros, amas-secas incansáveis que me têm tratado nas palminhas. Presenteio-os com umas idas aos cafés, restaurantes, e a todo o lado, de sandálias, com meias por dentro, vestida de calças tailandesas e 1 (só tenho 1) t-shirt ou uma lycra das de pedalar, e uma "mala" a tiracolo (à qual tirei a buzina, para ser mais discreta).
Hoje, com as ameaças de morte que a Xana teve de fazer no aeroporto, em Portugal, mais a simpatia da Xínia, na Costa Rica, consegui tomar uma decisão. Vou partir amanhã para Nicarágua, para junto do Nuno, sem a ginga. Está aberto o processo (ou pseudo-processo) em Lisboa, aqui também, e em vez de esperar em São José para poder fazer a reclamação da perda (ou o que for) da burra, vou seguir viagem. Vou deixar preenchido o formulário de reclamação e se ela não aparecer até 6ª feira, a Xínia entrega por mim. Se aparecer, entregam em casa do Luis ou da Xínia.
Está feito. Já tenho o bilhete para Granada na Nicarágua (às 6 da manhã de cá). E lá vou tentar comprar um chaço qualquer para poder seguir viagem nos pedais. Senão é a pé. De trotinete, de patins ou de barco a remos. Mas é.
E pronto, fim de transmissão desde a Costa Rica. Penso que a próxima será de Nicarágua.
1 Comments:
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Irra, mi�da, parecia um �dej�-vu�!!! �T� visto que �s tu quem engui�a as gingas... todo este relato lembrou-me a volta pelo sul de Fran�a (no ano de 1995, creio...?)e o regresso sem gingas nem �el contado� para servir de consolo... Belo come�o, sim Sra.! A tua dessa altura era uma Cheker Pig, correcto? Azul, n�o era? Beijo grande.
JonasBy Tidjon, at 10:55 da tarde
quinta-feira, abril 12, 2007
Obrigado
(enviado por Antonio Fael)
Ola companheiros Patagónicos
Já organizei e participei em muitos eventos ao longo da minha vida mas nenhum foi tão intenso e cheio de emoções como este.
Estou muito orgulhoso de ter feito parte dum grupo tão fabuloso cuja alegria e companheirismo tornaram possível o sucesso desta viagem.
Estou muito orgulhoso de ter estado ao lado de pessoas lutadores e com grande espirito de sacrifício que sem experiência nestas andanças ultrapassaram todos os seus limites sempre com um sorriso nos lábios.
Estou orgulhoso de ter partilhado as lágrimas de emoção não contidas na contemplação de paisagens tão grandiosas.
Estou orgulhoso porque concretizei o sonho de ter a Lina ao meu lado.
Obrigado a todos
António Fael
Pablo Neruda
(Post de Mario Raposo)
Eu aqui me despeço
Eu me despeço.
Volto à minha casa, em meus sonhos.
Volto à Patagônia, aonde o vento golpeia os estábulos e
salpica de frescor o Oceano.
Sou nada mais que um poeta: amo a todos, ando errante pelo
mundo que amo.
Em minha pátria, prende-se mineiros e os soldados mandam
mais que os juízes.
Entretanto, amo até mesmo as raízes de meu pequeno país
frio.
Se tivesse que morrer mil vezes, ali quero morrer.
Se tivesse que nascer mil vezes, ali quero nascer.
Perto da araucária selvagem, do vendaval que vem do sul,
das campanas recém compradas.
Que ninguém pense em mim.
Pensemos em toda a terra, golpeando com amor a mesa.
Não quero que volte o sangue...
a molhar o pão, os feijões, a música:
quero que venha comigo o mineiro,
a criança, o advogado, o marinheiro, o fabricante de
bonecas.
Que entremos no cinema e bebamos o vinho mais tinto.
Eu não vim para resolver nada.
Vim aqui para cantar e quero que cantes comigo.
sexta-feira, abril 06, 2007
1 Comments:
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Pedro,
Mais uma aventura, no fim do mundo. Nessa terra que vos faz chegar carregados de novas e positivas energias, com paisagens sublimes e de encantos sabores.
Traz-nos muitas fotografias, pois por enquanto é o que me resta e a tua sensibilidade permite sempre captar e aproximar-nos dos momentos e pormenores mais bonitos dessas viagens.
Conta comigo para a próxima!By Inês, at 11:13 da manhã
quinta-feira, abril 05, 2007
Dientes de Navarino
Este eh um dos pensamentos que nos toma de assalto durante os 4 dias que caminhamos ou "trespassamos" a floresta quase virgem, turfas e montanhas do interior da ilha da de Navarino na Terra do Fogo Chilena. Foram quatro dias intensos com um tempo excepcional que a chegada do Outono (com as suas cores) nao faria antever depois de um verao austral de neve e chuva. Muito sol, pouco vento e temperaturas acima dos 10 graus tornaram o nosso trekking numa agradavel viagem no tempo num dos ultimos paraisos da bio-diversidadade do planeta. So musgos de arvores podem encontrar-se mais de 50 especies... Os nossos carregadores, guias, amigos e companheiros Jorge "castor dundee", luis, tito e mike fizeram destes dias mais que uma aventura. As noites em volta da fogueira onde para alem de todos os jantares ainda podemos assar (e comer) o castor sabiamente apanhado pelo Jorge (calma, eh uma praga por estas zonas...) e a duzia de trutas pescadas pelo Luis deram um "sabor" unico. Aquela visao do arquipelago de Hornos do topo do Betinelli fez-nos acreditar que estavamos mesmo a sul do paralelo 55 num dia de sol... A chegada foi celebrada por um chupe de santola em casa/hostal da Pati em Puerto Williams. Foram algns dos momentos unicos gravados nas memorias de todos. A visita ao parque Etno-botanico de Omora fez-nos perceber o caracter unico desta ilha. La deixamos parte do donativo A2Z para projectos locais. Agora em Ushuaia de volta a civilizacao selavatica turistica da caneca "eu estive no fim do mundo" (falsa por sinal) traz-nos de volta lentamente ao mundo em que vivemos. Emergimos lentamente ate chegar a Buenos Aires e na Sexta Feira e a Europa no Domingo. Todos estao bem e todos completaram esta fantastica segunda semana de trekking. PP
sexta-feira, março 30, 2007
Punta Arenas
Depois de um dia relaxado em volta do Lago Pehoe com o grupo todo ja reunido zarpamos no "Hielos Patagonicos" dizendo adeus aos Cuernos del Paine.
Afinal apesar das apostas de 7 para 2 os 4 restantes conseguiram fazer Dickson-Las Torres em 10 horas de caminho e ainda ir a tempo de apanhar o catamaran para Pehoe depois da boleia da nossa van.
Agora estamos em Punta Arenas, depois de uma viagem de carrinha de 5 horas com passagem em Puerto Natales. O tempo piorou e ja esta mais patagonico, pois apanhamos o "verao de s.martinho" nas torres del paine...
Mas amanha ja dao mais de 100 km hora de vento o que pode fazer com que o nosso aviao de 20 lugares nao descole para a Ilha de Navarino da Terra do Fogo. Claro que se isso acontecer...vamos de compras! em Punta Arenas onde ate uma loja de marca da North Face ja existe... e temos que dar um beijinho nos pes da estatua do nosso Magalhaes... Xaaaaauuu.
1 Comments:
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Olá Lina e António, quero dar-vos um bem hajam por toda a coragem que têm em pôr em prática a vossa vontade - a preconização de objectivos muito pessoais!
Tenho a certeza que o conseguem, pois são pessoas determinadas e ponderadas, mesmo quando as condições são adversas.
Assim que puderem, enviem fotos ou videos! beijinhos ;DBy Tita Dias, at 9:31 da tarde
Torres del Paine
Escrevo do "famoso" refugio Pehoe, ja do final do circuito das Torres del Paine, onde acabamos de chegar com 8 do grupo de 12 depois de 4 magnificos dias em redor das 3 magicas torres. Temos tido um clima fantastico que permitiu hoje, por exemplo, andar de calcoes e manga curta. Chuva nem ve-la (apenas uns pingos aqui e ali). Apenas sol e o vento patagonico mas em doses suportaveis, o que ate convem se nao nem parecia que estamos na Patagonia. Dias com o de ontem em que passamos por 4 Glaciares, nao nos fazem esquecer isso como eh obvio. Comecamos com 8 horas que nos permitiram ver as Torres de perto. Seguiu-se uma alvorada na Laguna Azul unica com a visao cristalina das Torres sobre a lagoa e um dia longo de 9 hora que inclui a passagem do rio Paine a cavalo. Em Dickson separamos o grupo para atacaro passe John Garner e o resto descansar antes de continuar a caminhar. Estamos agora ja em Pehoe (depois de uma noite em Grey) para amanha ter aqui o ultimo dia de Torres del Paine. O resto do grupo esta previsto encontrar-se hoje connosco depois de terem feito a alternativa menos exigente fisicamente. O cansaco ja se faz sentir mas a satisfacao supera quaisquer bolhas ou dores de pernas, basta pensar na visao de um mar de gelo da sua "nascente" na segunda maior massa de gelo do mundo ate a "foz" e caminhar ao lado dele durante 4 horas no meio da floresta...e todos assobiam, mesmo que tenham sido 12 horas, 30 km e 2000 metros de desnivel acumulado de subida num so dia (ontem)!
Hoje e amanha sao dias mais relaxados (e bem merecemos) e de recuperacao para o proximo trekking na Terra do Fogo chilena que iniciaremos daqui a 3 dias. La na ilha de Navarino, a primeira onde batem os ventos vindos da Antartida, veremos ser havera alguma internet por satelite como esta de onde escrevo...
sábado, março 24, 2007
Na Patagónia.
sexta-feira, março 23, 2007
Com os pés na América do Sul
domingo, março 18, 2007
Da Arrabida para a Patagónia
Apareceram 4 dos 12.
Belo dia de sol. Temperatura primaveril. Início pelas 11h00. Final pelas 16h30. Duração total 5h30. Distancia: 12,6 km. Desnível acumulado de subida 617mts. Altitude max 448 mts (falhámos o Formosinho!).
Eis uma fotos.
Contagem decrescente...
segunda-feira, fevereiro 26, 2007
Mais uma volta ao mundo a pedal...
O outro Evereste...
Na Patagonia... mais aventuras em Março.
No dia 22 de Março partirei também com um grupo de 12 A2Z's para duas semanas de trekking que inclui o circuito das Torres del Paine e o trekking mais austral do mundo: Dientes de Navarino. Vai estar tudo aqui...
domingo, janeiro 14, 2007
Patagonia 1000 km BTT: o desfecho
Olá Pedro,
Finalmente arranjo tempo para o relato final da nossa aventura na Patagónia, depois de termos regressado à pátria sãos e salvos!...
De Punta Arenas, no dia 31 de Dezembro, entrámos de bicicleta no ferry para atravessar o Estreito de Magalhães até Porvenir, já na Terra do Fogo. Saímos a pedalar e travámos conhecimento com as paisagens que iriam acompanhar-nos nos próximos dias: estepe a perder de vista, de vegetação rasteira verde-acastanhada, que cresce sempre na mesma direcção devido ao forte vento patagónico que sopra sem descanso... felizmente, ainda a nosso favor. Assim, rolámos ligeiros, contornando a "Bahia Inutil", nome curioso do golfo que todo o dia nos trouxe os ares mesclados de Atlântico e Pacífico, embora o cenário tranquilo parecesse mediterrânico - não fosse a baixa temperatura, e os picos gelados que se alinhavam sem cessar do outro lado do estreito, a desfazerem essa ilusão...
Ao fim de 100 Kms, o Jaime esperava-nos para nos conduzir a Cameron, aldeia perdida de "ovejeros" onde passaríamos a última noite do ano, sem dúvida inesquecível: dormimos numa antiga casa de madeira, nos aposentos dos tosquiadores de ovelhas (conhecem o cheiro da lã tosquiada? não queiram!...), não sem antes nos deliciarmos com uma lauta ceia do tradicional "cordeiro patagónico", assado por quem sabe e degustado na mesa onde comem os "ovejeros", enquanto um deles nos falava, nas suas palavras de homem simples e de trabalho, sobre como castravam os cordeiros com os dentes e outros usos...
No primeiro dia do ano, partimos estepe adentro, afastando-nos finalmente do mar para enfrentar sucessões intermináveis de rectas, com o vento que aqui e ali nos dificultava a tarefa... Só alguns guanacos, e a visão sempre curiosa de uma ou outra lenga (árvore endémica) moldada pelo vento para a eternidade, nos distraíam, até que, passados quase 100 Kms, tudo mudou: penetrámos num parque protegido (a floresta subantártica mais austral do mundo), denso bosque encantado de lengas, em que rolámos velozmente pela montanha-russa de caminhos, surpreendidos a cada curva por um guanaco entre a vegetação, ou por um dique de castores no ribeiro junto ao trilho. Finalmente, irrompendo da mata cerrada, deparou-se-nos o panorama feérico do imenso Lago Blanco, emoldurado na margem oposta pelas montanhas de cumes nevados e pelo sol do entardecer. Foi aí, no "Refugio de Caza e Pesca", que passámos a noite.
No nono dia de aventura, voltámos a percorrer o bosque, e seguimos em direcção à fronteira argentina. Tratadas as formalidades num posto fronteiriço perdido, continuámos estepe afora - mas desta vez, o vento patagónico resolveu sorrir-nos, e foi como se ganhássemos asas que atravessámos as planícies, subindo e descendo num ápice as poucas colinas, ultrapassando facilmente os 40 à hora em longas tiradas!... À nossa passagem, os bandos de íbis em revoada, e as manadas de guanacos em debandada, davam vida à imensa paisagem em tons de oiro, entrecortada , de longe em longe, por rios a perder de vista. Foi assim que chegámos a Rio Grande ainda antes da hora prevista...!
No décimo dia, condensámos duas etapas, para compensar o dia 'perdido' em Punta Arenas. Foi uma jornada de paisagem mais variada, ainda com características de estepe mas com alguns bosques aqui e ali, e ao longe cenário de montanhas. Desta feita, o vento resolveu apanhar-nos na diagonal, ligeiramente de frente, dificultando-nos a vida nos primeiros 60 Kms, até chegarmos ao lindíssimo Lago Yehuin, onde gozámos uma merecida pausa em cenário idílico, com montanhas ao fundo. Ao partir, mudámos de direcção, passando finalmente a ter o vento de costas para a metade final da etapa, o que nos permitiu mais uns velozes 'picanços'. Para terminar o dia em beleza, permitindo-nos um repouso adequado antes da derradeira etapa, o Jaime trocou o acampamento previsto por um confortável bungalow aquecido e bem equipado em Tolhuin.
A etapa final: seria em asfalto (a única alternativa) até Ushuaia, a cidade mais austral do
Mundo. Fora o simbolismo, o trajecto não parecia apresentar dificuldade de maior, para além dos cerca de 100 Kms de extensão e da portela a transpor aos 400 metros de desnível, numa subida gradual. No entanto, os deuses do vento patagónico tinham estado a preparar a sua desforra para este dia, e mal pisámos a estrada começámos a sentir o nosso inimigo do dia, açoitando-nos vigorosamente de frente e obrigando-nos a despender mais do dobro das forças que normalmente empregaríamos. Foi uma luta constante, e ao chegar ao 'Paso Garibaldi', em que cruzávamos a cadeia montanhosa, as rajadas de vento quase nos derrubavam das montadas - não nos permitindo sequer apreciar condignamente a paisagem épica sobre o lago lá em baixo.
Só a descida que se seguiu nos poupou um pouco as pernas, mas no restante percurso a batalha continuou, ao ponto de até nas descidas nos vermos obrigados a pedalar para ganhar alguma velocidade. Para piorar a situação, a temperatura do vento que nos fustigava descia nitidamente à medida que avançávamos, não nos deixando esquecer que era da Antártida que soprava!... Foi, pois, esgotados, mas com a sensação de ter conquistado cada pedalada, que atingimos a lendária Ushuaia, entrando junto ao movimentado porto, com vários navios de cruzeiro e muitos barcos de recreio, para além das embarcações comerciais, a pontilhar as agitadas águas do canal Beagle. Apesar do muito trânsito e urbanização algo desordenada, Ushuaia não deixa de ter a sua piada, aconchegada entre as montanhas e o canal, e a fervilhar de turistas que querem poder afirmar "Eu estive lá!" - uns de avião, outros de barco, à boleia ou até, imagine-se, de bicicleta (e estamos longe de ser os únicos)!...
Finda esta expedição, muito fica por contar - como a noite de consoada passada num monte patagónico, escuro como breu, a trocar o pneu furado da carrinha do Jaime, depois de fazermos mais de 100 Kms só para telefonar à família (ainda conseguimos chegar em cima da meia-noite para jantar o caldo de cordeiro preparado pela velha senhora que nos alojou na aldeia); ou as duas alemãs que corriam o Mundo em bicicleta há nove meses, mas que pediam boleia desesperadas no meio de nenhures, na estepe argentina, pois o vento era tal que nem conseguiam montar-se (claro que as levámos na carrinha)... -, mas o principal é aquilo que não conseguimos descrever, apenas apreciar: a sensação de missão cumprida!...
Como não podia deixar de ser, aqui ficam os agradecimentos: às nossas compreensivas famílias e companheiras; à competente organização da www.a2z-adventures.com; e ao nosso guerreiro mapuche, o Jaime!
Pelos Patagões,
Daniel Jesus
3 Comments:
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Queria dar os meus parabéns ao Daniel, Luis, Raimundo e Nicolau que cumpriram o sonho e a experiência inesquecível que nenhuma foto pode transmitir. Se o relato do Daniel vos deixa água na boca, há um novo grupo em formação para ir à Patagónia "provar o Calafate"...
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meus caros devo dizer que é preciso "pedalada" para essas andanças mas como de "génio e de Louco" todos nós temos um pouco cá ficam desde já os meus mais sinceros votos para que contiuem a ter saude para gozar estes passeios.
pois deve ser a maneira mais interessante para se conhecer o mundo.
com os melhores cumprimentos
Pedro Simões -
Depois de um texto destes fica sempre bem deitar abaixo! O Nicolau parece um urso... estratégia contra o frio? Fosse eu na dita aventura regurgitaria um palavrão a cada pedalada... qual apreciar os fiordes! O que são fiordes? Ao fim do dia nem saberia se o selim é amistoso. Imaginem o frio a bater nas orelhas, a meta do dia que nunca mais chega e o pensamento constante no conforto do lar. Ainda bem que não me convidaram! Combinem umas pedaladas/mergulho nos Açores e uma temporada em Cuba (antes que o Fidelito parta) que lá estarei. Quais pedais? Desde que me roubaram a minha Joana (a minha bicla) que vivo infeliz... e os preços que não baixam!
sexta-feira, janeiro 05, 2007
Patagonia 1000 km BTT: Punta Arenas
O GPS está bem, fisicamente andamos um pouco desgastados mas a aguentar-nos bem, quanto às biclas é que já temos duas com folga no movimento pedaleiro (minha e do Raimundo), e nao conseguimos resolver o problema em Punta Arenas, vai ter de durar assim!...
Hoje voltámos a alterar o programa, pois a carrinha do Jaime necessitava de reparaçao urgente no motor, e por isso tinha de ficar em Punta Arenas. Optámos assim, seguindo mais uma sugestao dele, por sair de Punta Arenas em bicicleta e fazer toda a marginal em direcçao a sul, percorrendo o estreito de Magalhaes e observando no horizonte a silhueta da Terra do Fogo. Os muitos barcos de pesca e navios antigos encalhados junto à costa, bem como as gaivotas, foram a nossa companhia num passeio que começou muito rolante e solarengo, a cheirar o Atlântico e a sentir já uma amostra do frio que sopra da Antártida. Aos 30 Kms, sensivelmente, decidimos inflectir terra adentro, em direcçao a um parque natural, subindo por um bosque até ao lago rodeado de picos nevados e onde, apesar do frio, vários pescadores praticavam pesca com mosca (muito popular por aqui), metidos na água até à cintura com as suas canas, enquanto as famílias tratavam do piquenique na margem. Depois de um breve lanche, fomos brindados com chuviscos contínuos, o que nao nos impediu de voltar à marginal para atingir o nosso objectivo proposto - a Punta Bulnes, onde um marco assinala o centro geodésico do território chileno, medido a partir do Pólo Sul. No total, fizemos cerca de 100 Kms. Amanha vamos voltar ao programa, seguindo directamente de bicicleta para o ferry que nos levará à ansiada Terra do Fogo - sempre fazendo figas por melhor tempo!...
BOAS ENTRADAS!!!
Os Patagoes
sábado, dezembro 30, 2006
100km BTT - dos Patagoes
Olá Pedro,
A Patagónia é efectivamente grande e, na tentativa de aproveitar ao máximo a nossa viagem, o tempo nao dá para tudo, por isso só agora envio um pequeno resumo das nossas aventuras até à data!...
Os 3 primeiros dias seguiram o programa: depois de uma confortabilíssima noite na verdadeiramente pitoresca Casa Hexagon, toda em madeira, começámos o dia 1 com bom tempo para apreciar a paisagem da chilena Carretera Austral, que nos deu um primeiro vislumbre do que iria ser a vegetaçao luxuriante nas montanhas circundantes, e a água que é nossa companheira constante - nos rios que ora serpenteiam junto ao caminho, ora correm rápidos sob as pontes que atravessamos, nos lagos imensos que enchem o olhar, e principalmente nas inúmeras cascatas que surgem de todos os lados e nos prendem a atençao, nunca permitindo que o pedalar nos entedie... Na primeira etapa tivemos ainda tempo para uma pequena fuga no trilho pedestre que leva ao glaciar Ventisquero Yelcho, que apesar de um pouco encoberto pela neblina ainda permitiu algumas fotos.
O segundo dia começou também sorridente, mas à medida que nos íamos embrenhando no cenário cada vez mais verdejante, o céu ia ficando carregado, e a chuva que começou da parte da tarde já nao nos abandonou. Foi portanto com a sensaçao de atravessarmos uma selva húmida que passámos a jornada, facto que pouca beleza tirou ao panorama, mais uma vez de lagos, riachos e paredes de montanha cheias de cascatas e vegetaçao. Naturalmente, o ponto alto foi a descoberta da descida final para Puyuhapi, que fizemos a alta velocidade, com os olhos postos no braço do Pacífico que se prolonga pelo pitoresco fiorde em que se encontra esta povoaçao. Aí pudemos finalmente secar e aquecer-nos em mais uma hospedaria toda em madeira extremamente acolhedora, cheia de gente simpática, a Casa Ludwig...
O terceiro dia teimou em amanhecer chuvoso, e assim permanecer. Apesar disso, o panorama desta etapa apresentava-se ainda mais deslumbrante que as anteriores, pois saímos de Puyuhapi percorrendo o sopé da montanha sempre junto às águas do fiorde, contando as cascatas que se despenham pela parede rochosa a cada passo, entre a vegetaçao cerrada, e formam ribeiros que desaguam no Pacífico. Mais à frente, tivemos oportunidade de vislumbrar mais um glaciar, o Ventisquero Colgante, e continuámos por longos vales, até termos de enfrentar uma interminável subida serpenteante (a maior desta expediçao), que quase nos esgotava as forças, ajudada pela chuva torrencial e pelo frio crescente... Claro que a longa descida que se seguiu foi vertiginosa, e deixou-nos gelados até aos ossos, mas escusado será dizer que a adrelina que nos proporcionou foi o corolário de um dia que nos transportou a cenários de vales infindos e montanhas de picos gelados que, com o toque chuvoso, eram dignos d' "O Senhor dos Anéis".
Devido às obras na Carretera Austral, optámos por alterar o programa e, seguindo a sugestao do Jaime, o nosso fabuloso guia chileno, dirigimo-nos a Calafate, quase 800 kms a sul, que percorremos em carrinha, num longo dia de viagem. Assim, no dia seguinte, tivemos oportunidade de visitar o glaciar Perito Moreno (provavelmente o mais famoso do Mundo) em bicicleta - já sem chuva!. Garanto que é uma sensaçao grandiosa - após 30 Kms a rolar junto à encosta de uma montanha, acompanhando um lago deslumbrante que se estende lá embaixo, ver finalmente aparecer a incomensurável massa de gelo de tons azulados que é o Perito, e aproximarmo-nos para assistir à queda ribombante das lascas de gelo, grandes como prédios, que se desprendem e mergulham nas águas!... Como se isto nao bastasse, o regresso a Calafate, por estrada de terra, fez-se por cenários de estepe a perder de vista, com montanhas ao longe e lagos aqui e ali, e o vento de costas a fazer-nos por vezes superar os 40 à hora - uma experiência alucinante!
Apesar de também nao constar no programa, convencemos o Jaime a fazer um desvio até às Torres del Paine no dia seguinte, visto que estar na Patagónia e nao as visitar seria um crime. Ele sugeriu entao um percurso de BTT junto às Torres, ideia que acatámos de imediato. Só posso dizer que, tal como no caso do Perito, é um autêntico privilégio poder rolar na terra, por vezes a altas velocidades, acompanhados sempre pela imagem de um verdadeiro monumento natural como é o Paine, com as suas gigantes torres rochosas que se erguem abruptas, imponentes e majestosas, em direcçao ao céu, a sua massa escura rodeada por nuvens a coroar-lhes a gandiosidade que atrai magneticamente a atençao. Só os guanacos que por ali pastavam nos distraíam, olhando-nos curiosamente, como se fôssemos nós animais estranhos que passam apressadamente naquele cenário de tranquilidade... Mais um dia inesquecível.
Outra tirada de carro, e entrámos já tarde em Punta Arenas, onde passaremos a noite para depois penetrarmos na mítica Terra do Fogo. Quando possível, enviaremos cenas dos próximos capítulos - e fotos. O tempo nao dá para tudo, por isso as nossas desculpas. Muito fica por contar...
Os Patagoes
4 Comments:
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Recebi este texto do daniel, que em conjunto com o Nicolau, o Luis Hilário e o Raimundo viajaram para a Patagonia dia 22 de Dezembro onde ficarão até dia 6 de Janeiro de modo a pedalar na carretera austral e terra do fogo. O programa foi preparado pela A2Z-adventures.com que conta com o apoio do Jaime, guia local, que tirou a foto que ilustra o texto. Eu era estaria lá com eles a guiar se o grupo fosse um bocadinho maior e agora estou a roer-me de inveja !! Força aí e boas entradas!
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Só a mim ninguém me convida! Espero que te aconchegues junto do Nicolau e penses que há coisas melhores que pedalar à chuva e ao frio! E não, não é inveja... é apenas dor de corno!
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Ola patagoes,
A patagonia e tao de bonita como de imprevisivel, e as alteracoes de planos tambem ajudam a aventura.
Forca nessa pedalada...que eu vou fazendo o mesmo! -
Famgomes - Guia
Como se não fosse suficiente a inveja contida de não poder-mos ir todos, temoos agora e com requintes de malvadez, as descrições, em estilo bucólico e de partilha com o resto da matilha esfomeada, da bendita viagem.
Aproveitem e tragam as bicicletas inteiras para o pessoal se poder vingar.
sexta-feira, dezembro 29, 2006
Notícias da Patagónia 1000km BTT - 2
domingo, dezembro 24, 2006
Patagonia 1000- Dias 1 e 2
quinta-feira, dezembro 21, 2006
terça-feira, setembro 19, 2006
O Rei das ultra maratonas
50 maratonas em 50 dias seguidos em 50 estados americanos...ufff so
com o patrocinio da north face mesmo... http://www.endurance50.com/
vale a pena espreitar...
2 Comments:
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Wazzup, you are the best.
go here [url=http://viagra-store.info/]viara[/url].
Here you can buy http://viagra-store.info#viagra online.
G'night. -
Hi, best.
Look at [url=http://www.jahk.org/forum/topic.asp?TOPIC_ID=113]viagra[/url].
Test http://www.jahk.org/forum/topic.asp?TOPIC_ID=113#viagra cheap.
Bye-bye.
1 Comments:
Opahhh... andar tanto de bicicleta n faz doer o rabo?? =)
gostava de ir ao colóquio, mas não posso, como é de prever...
bem boa sorte!! e boas pedaladelas pa todos =D
By mOta, at 10:42 da tarde
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