sábado, outubro 29, 2005

Volta ao Mundo só com força de braços e pernas !



Aventureiros no mundo, houve e há muitos. Os portugueses têm uma boa quota parte com as suas epopeias marítimas. Fiquei esmagado pelas projectos do turco Erden e do Canadiano Tim que nos fazem saltar da cadeira. se repararem adicionei um novo link na lateral do blog. vale a pena ver o que estes senhores já fizeram e se propõem a fazer. Só em jeito de resumo o Tim ja pedalou, esquiou e remou 18.000 kms de Vancouver a Moscovo, atravessando o mar de Bearing, após o que deu um "pulinho" de bicicleta até lisboa. Aqui o Erden esperava-o para, em conjunto, embarcarem num barco a remos até à Costa Rica. Sim, a remos durante 5 meses, atravessando o Atlantico. de 225 que ja tentaram, 137 ja conseguiram tal coisa no passado (7 morreram). Mas o Erden está num "intervalo" do seu proprio projecto de uma circunavegação do globo (foto), em que irá escalar as 6 montanhas mais altas dos 6 continente que tocará... chegando até elas de bicicleta (apos largaro barco). já fez o McKinley. Ah...o Tim vai para casa de bicicleta (Vancouver) quando chegar à America Central. confusos? entao percam-se a acompanha-los. eu nao resisti e fiz um donativo com direito a t-shirt...

1 Comments:

  • Hey what a great site keep up the work its excellent.
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    By Anonymous Anónimo, at 6:43 da tarde  

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terça-feira, outubro 18, 2005

O Douro aqui tão perto e tão perdido

Já houve comboio de grande velocidade em Portugal. A prova está na foto.

Ele ligava Porto a Paris e desvendava todo o Rio Douro aos felizardos que pagavam o bilhete. Agora toda a gente parece ter esquecido essa linha. Nem a Espanha se chega de comboio por essas bandas. Fica-se pelo Pocinho, ali na foz do Rio Sabor onde querem conxtruir essa Barragem que inundará outro vale por substituição do famoso Côa-bandeira-de-Carrilho.

Foi à descoberta desses 27 km de linha abandonada que parti nesse passado fim de semana. Decidi fazer tudo direitinho e saí de Lisboa de Comboio, no primeiro comboio da manhã (de sexta feira). 7h00 na Estação do Oriente. Era um Alfa pendular que se deita nas curvas, silencioso e confortavel como um bom avião, deixando ver apenas céu de vez em quando pela janela. Em 2h45 e depois de varias sonecas, saia-se em Gaia, evitando a horrivel hora de ponta de entrada no Porto e num taxi de meia duzia de euros e 7 minutos depois esta-se no famoso cais de Gaia, mesmo de fronte para a Ribeira.

Não ha menino a mergulhar no rio Douro, mas ha uma fila de 123 turistas de todos os cantos do mundo e das nossas ilhas da Madeira e Açores, na fila da Princesa do Douro, Barca turistica de dois decks, que me levara Douro acima, até à Regua.

Como bom serviço Portuga ainda o barco nao zarpou e ja estamos sentados a comer um belo pequeno almoço no andar de baixo. Claro que todas as mesas e cadeira, amuradas e tampas de esgosto do andar de cima, descoberto e solarengo, estão ja tomadas por pequenas bolsas, estojos e mariconeiras que os primeiros casais de reformados fizeram questão de deixar estrategica e aprumadamente colocados para guardar lugar, antes de descer ao repasto.

A viagem começa e a estridente voz que sai no sistema de som do barco ajuda-nos a perceber os anos e os arquitectos de pontes e demais edificios ribeirinhos. O rio é verde, sem duvida romantico e transmite paz e calma. nao fosse aquela voz nortenha a arranhar um ingles de sopeira cuja unica qualidade era a de nos fazer esboçar um sorriso tal o tamanho das bacuradas que dizia. As passagens nas eclusas são uma experiencia empolgante mais pelo histerismo colectivo que pela lei da fisica. Mas sao interessantes sem duvida. Fizemos duas.
A viagem é longa e dá tempo para que nos sirvam um almocinho trigueiro que podia ser pior. o vinho é estranhamente verde mesmo estando literalmente no Douro. A seguir ao almoço começo a sentir formigueiro nas pernas. o barco é pequeno para tantas horas de paisagem igual. nao ha slot machines nem paragem para mergulho... Chegamos às 16h46 min à regua. Ainda me lembro pois achei que tinha tempo de apanhar o comboio regional às 16h52 para o Pocinho. Uma corrida de 400 metros a subir, saltando do barco ainda em manobras e consigo chegar a tempo. o proximo era só ás 19h...

a hora prevista de chegada do barco era so 17h mas afinal da, à justa. o barco custou 45 euros so subida e tem que ser reservado e pago na Douro Azul

Continuo a subir portanto de comboio (7 euros). aqui o rio é muito mais bonito. já há socalcos e vinha do douro por todo o lado, isto nas duas margens. passo o pinhão e chego ao Pocinho às 18h30. Fim da Linha...activa e em exploração.

Daqui so de taxi ou autocarro. como desses ha poucos e temos um amigalhaço que nos vai buscar (obrigado Toni). Apanho uma boleia para a Mêda, onde janto e durmo. também dá para dormir na Pousada de Juventude de Foiz Coa logo ali por cima, a 15 minutos de taxi.

No outro dia pela manha, apanho um taxi na Mêda para Barca d'Alva, de modo a começar a caminhar de Este para Oeste no ponto onde o Douro passa a ser internacional, isto é, fronteira entre Portugal numa margem e Espanha na outra. Nesse mesmo ponto a antiga linha, hoje abandonada, tambem entra em territorio espanhol mas desvia-se pelo Rio Águeda mas para sudoeste. Eu sigo então rio abaixo, pelos carris. Nao sem antes apreciar a bela estação toda partida e daria uma pela pousada.

São 10h30 da manha, o taxista falhou a previsao de tempo de viagem e o preço do taximetro. Regateio mas pago mesmo assim 55 euros por uma hora de viagem. Concluo que o homem nunca ca tinha vindo. Como 90% dos portugueses. È lindo mas atras do sol posto.

O troço que vou fazer nao passa em aldeias, não tem estradas, nao tem casas, nao tem pessoas. Tem apenas dois pontos onde tocam estrada de acesso a apeadeiros em 27 kms. è selvagem e isso sente-se em cada curva, com bicharada ate no outono. o barulho dos peixes a saltar na agua é uma constante. o microclima desvenda laranjeiras, amendoieiras, oliveiras, vinhedos (mas poucas quintas). melhor que as palavaras talvez as fotos e as braçadas no verde douro, gritando no meio do rio e ecoando ondas de vocabulos nao transponiveis em prosa escrita. prazeres unicos em sitios unicos.



o percurso é facil com algumas pontes e tuneis pequenos e varios carreiros ao lado da linha. mesmo qd se entra entre carris nao é tao dificil como se poderia imaginar. demorei 7 horas a chegar ao pocinho. importante: nao ha fontes de agua nem abastecimentos. mas ha pequenas estaçoes e apeadeiros onde se pode pernoitar com um saco cama...


vao la que nao se arrependem. pena (ou talvez nao) que os nossos politicos e gestores do territorio nao percebam que aquele corredor limpo e preparada para andar a pe e de bicicleta atrairia pessoas de todo o mundo...porque é unico... comboios à muitos, ó palerma...

já agora para recuperar forças nada como uma noite memorável passada nas casas do coro, na aldeia historica de marialva, cuja localização e qualidade irrepreensivel nos mostram o que de melhor e único o nosso país tem para oferecer a quem viaja.


4 Comments:

  • Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

    By Anonymous Anónimo, at 1:17 da manhã  

  • Olá Amigos, quero-vos dizer que o vosso Blog é quase uma "Bíblia" para me alimentar a "alma". Vocês têm mesmo aquele espírito dos antigos aventureiros. Esta última, feita pelo Pedro Pedrosa (acertei no nome?) é o que se pode chamar de uma valente rapidinha. 5 estrelas para a tua determinação!!
    Continuem sempre!!!
    Um Abraço
    Paulo

    By Anonymous Anónimo, at 8:07 da tarde  

  • Interesting website with a lot of resources and detailed explanations.
    »

    By Anonymous Anónimo, at 9:23 da manhã  

  • Nice colors. Keep up the good work. thnx!
    »

    By Anonymous Anónimo, at 6:43 da tarde  

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